








Em 26 de março de 2020, a fim de compreender sensações, emoções e experiências pelas quais eu mesma estava passando, sem conseguir nomeá-las lancei na internet uma convocatória, pedindo aos meus amigos que compartilhassem comigo através de um depoimento, uma foto, uma palavra, etc ... como estava sendo, trabalhar em casa, cuidar das crianças, ser professor de seus filhos e ficar isolado no meio de uma pandemia? Acredito que imbuídos pelas mesmas indefinições que eu de um momento que ainda não tínhamos absorvidos e digerido o que estava acontecendo, poucas pessoas me deram uma devolutiva, desses relatos, extraí algumas palavras e as mais fortes foram fé e esperança.
Deste ponto passeia a construir a série: “Esperança”, com 10 trabalhos em aquarela.
Trabalho com desenho e pintura tendo como tema a relação do homem com a natureza: a botânica, a paisagem e as plantas em si são pontos de partida da minha pesquisa, para mim elas são mais que só visuais são impregnadas de significado.
Para trabalhar com a ideia de ESPERANÇA, escolhi o Salgueiro planta ornamental e medicinal de origem asiática, presente em diversos países e com significados culturais ligados a cura, a imortalidade e bons presságios. Na China era usada por imperadores ao se despedirem de visitantes com a seguinte frase: "Levai-as para evitar os miasmas envenenados ou as pestilências".
Para esta série uso da botânica e das expressões de mãos organizados espacialmente, para trabalhar as relações de passividade, esperança, expressões, sensações e sentimentos humanos.